quarta-feira, 4 de maio de 2016

Escolha




No dia do seu último suspiro
Não são as coisas que vão fazer diferença na sua existência
E sim, as pessoas que permaneceram em sua vida.



domingo, 1 de maio de 2016

Nem tudo que parece é




No final da noite
A face obscura e mórbida
Faz-se presente

O seu olhar doentio corroí a minha mente
E me dá arrepios

Tento correr
O medo toma conta da minha alma
Deus o que faço?

Sei que não posso escapar
Ele ri de minha aflição
Faz parte do seu jogo

Não tenho forças
Tremo, choro...
Minhas pernas desfalecem
O perigo aumenta
A face do horror se faz presente

Sinto sua mão
Ele conseguiu me alcançar
Sua excitação é visível
Seus olhos brilham

Tento gritar
Tento sair
Não consigo!
Estou presa!
Não posso mais escapar...

De repente alguém move as cortinas
Os raios penetram no quarto
Meus olhos se abrem
A ilusão desaparece
Suspiro aliviada
Enfim, a vida volta ao normal

1997 - Autoria: Arthemisa Gadelha & Eric Salvatierra



sexta-feira, 15 de abril de 2016

Não era amor





Ele chegou tão certo do que queria
Era como se estivesse esperando há muito tempo por aquele momento
Não hesitou
Proclamava aos ventos: É ela!

E, eu ali, sem entender direito
Duvidando da tal certeza
É, coração não se engana
Ou se engana?

Antes mesmo do primeiro passo ele já estava “completo”
“Inteiro” em cada canto
Fez-se presente até onde não era permitido entrar
Controlou até mesmo a tríade de direitos

Duvidei desse amor reinventado
Tinha alguma coisa distorcida
Mas desprezei a intuição
Não olhei os sinais

Apaixonei-me até a medula
Abri meus arquivos secretos
Fui tão eu
Que me perdi

O pulsar do amor
Cedeu lugar a motanha-russa emocional
Nesse frio entre subidas e descidas
Estabeleceu-se a indiferença

Ele que tanto doava
Tirou-me o banquete
A vinda dele veio tão rápida
Do mesmo jeito que a mala partiu

Quase morri de amor
Mas vi que não era sentimento nobre
Morrer de amor é desamor
É erva daninha

Retirei-me com dignidade, sobrevivi!
Hoje procuro o amor calmo
Sem perder o norte
Sem perder a mim mesma

Arthemisa Gadelha

2016

terça-feira, 12 de abril de 2016

Supressor de Apetite



Cheguei para o almoço morta de fome. Poderia comer um boi, como falam por aí. 
Hum, comida boa! Como diz o dito popular: "A fome é o melhor tempero". 
Entre uma garfada e outra a pergunta de sempre:
  - Está tudo bem? Você já superou?
Nossa, foi difícil engolir. Parei cinco segundos, olhei calmamente e respondi:
 - Sim, superando! 
Senti um nó na garganta. Aquela fome voraz foi esvaindo....o peito apertou, contive uma lágrima, ou muitas, sei lá!
Analisando bem, acho que perguntas como essa são bem-vindas. É, estou precisando perder 5kg.

Arthemisa Gadelha

Um dia qualquer de 2012

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Lá vem a chuva




Quando o abraço já não aquece
É porque o coração congelou
Coração congelado é hipotermia da alma
É ternura se esvaindo
É perda de calor
Baixas temperaturas nos levam a procurar agasalhos
Um cobertor aquecido de carinhos
Uma lareira num novo olhar
Conforto em palavras
Sutis gestos de amor
Ah, são esses abraços ternos
Que delicadamente envolvem o nosso coração
E mais do que isso
Amor novo aquece pés e mãos
Já nasceu com a vocação de nos proteger
Muda até as estações
E quando os temporais são inevitáveis
Não se preocupe!
Esse nobre apaixonado sempre tem um guarda-chuva


Arthemisa Gadelha

Escrito em 03/04/2016

Eudaimonia



Um dia só meu
Jogar as mãos pro céu
Sorrir um sorriso aberto 
E sentir a brisa no rosto
Caminhar descalça na areia
Enquanto a onda invade meus pés, minhas pernas... 
Ah, aquele friozinho bom da conta! 
Olhar o mar bem nos olhos azuis dele e encontrar a paz
Deve ser por causa daquela paisagem que só Deus pôde fazer
Ô maravilha! 
Tudo ali bem na minha frente
Os pensamentos se perdem ao horizonte. 
Aí, é só respirar
Nossa, algo tão bom
Que nem lembro o nome disso
Ah, deve ser felicidade! 
Faz tempo que ela não aparecia
Nem sabia mais como era...
Mas ela chega de mansinho, toda educada
Eu aproveito e falo bem baixinho: 
“- Ei, vai não! Fica só mais um pouquinho
To carente de tudo! E você me preenche por completo”.
Ela ficou comigo até o pôr do sol
Deixou raios de coragem, determinação e fé
E disse aqui dentro: “- Eu volto!

Arthemisa Gadelha

Em um dia do ano de 2013.

domingo, 10 de abril de 2016

Sim, jornalista!



Ele anda com a curiosidade
Sempre lado a lado
Tem fome de saber
Precisa ver, tocar, experimentar...
Bate no peito o sentimento legitimo da profissão
Uma vontade que não cabe em si
Alcança um, muitos, milhares, uma nação ou quem sabe o mundo
Caminha passo-passo, mas corre também e na maioria das vezes voa
O tempo não é seu aliado!
Por isso é preciso arriscar! Sair do marasmo
No jornalismo não há espaço para a zona de conforto.
Não há rotina!

É ter asas!
Uma mão no céu e as vezes um pé no precipício
É ter o sexto, o sétimo, o oitavo e muitos mais sentidos do que qualquer outra pessoa.
Por isso todo jornalista tem um pouco de cada profissão
Conhece um pouco de cada coisa
E se mostra frio quando necessário
Em outras situações é até chamado de calculista
Mas no fundo ele é só coração!
Mesmo que todo bom jornalista seja um pouco chato.

O olhar é sempre para o próximo
Em busca da coletividade
É ser instrumento da liberdade
Como diria Rui Barbosa:
É a vista da Nação”

Investigar é o seu verbo favorito
É seu compromisso!
Talvez seja por isso, que não exista jornalismo sem paixão!
Ou paixão sem jornalista
É muito mais que escrever bem, falar corretamente...
Ser jornalista é ser corajoso
É nunca baixar a cabeça
É questionar, é desconfiar...
É ser voz daqueles que não possuem voz.


Jornalista já nasce jornalista!
Mesmo que não exerça a profissão
Ele nunca deixa de ser
Porque ser jornalista, não é uma dúvida, mas uma certeza!